Paraná

Al Baba: A confeitaria árabe de Curitiba

25 ago 2015

Comer um doce árabe no Al Baba em uma manhã de domingo é quase um ritual. Não conheço o Líbano, mas o ambiente e o movimento em torno da grande mesa de doces me faz imaginar uma bela confeitaria de Beirute.

Pense em formas e mais formas recheadas de quitutes arrumadas com capricho no meio do salão. Você sente no ar o aroma de bolo quente. É o knafeh, um doce feito de queijo, massa de semolina e água de flores. Uma delícia cortada e servida quente ali mesmo, com calda doce, no prato ou dentro do pão. Isso mesmo, dentro do pão!

Confeitaria Al Baba 2

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os doces são a maior atração do empório, que vende também produtos importados, pastas e salgados árabes. O confeiteiro Houssein Ibrahim chegou ao Brasil há 25 anos com mais de 200 receitas na bagagem. Além dos doces, fez questão de reproduzir em Curitiba o ambiente típico de uma confeitaria do Líbano. Os libaneses, aliás, são maioria na comunidade de imigrantes árabes de Curitiba.

-> A Mesquita azul de Curitiba_

Baklawa de pistache.

Baklawa de pistache.

Meu "pratinho".

Meu “pratinho”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Você mesmo escolhe o que quer e paga por peso ou por unidade. Este tipo de self- service tipicamente árabe é o que eu mais gosto no Al Baba. Uma delícia poder olhar, sentir o aroma, passear entre toda aquela quantidade e variedade de doces. Apenas o preço um pouco salgado segura a gula em um lugar destes.

Só de baklawa, há tantos sabores que fica difícil escolher. O quitute mais tradicional, quase sinônimo de doce árabe, é feito com camadas finas de massa folhada e calda de açúcar, mel ou especiarias.

Baklawa de nozes.

Baklawa de nozes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O baklawa tem origem tão antiga que quase se perde naquelas lendas das mil e uma noites. Dizem que surgiu na Mesopotâmia, hoje Iraque, mais de oito séculos antes de Cristo. Depois seduziu gregos e persas, romanos e turcos otomanos.

O doce também era servido aos sultões e suas concubinas, no Palácio Topkapi, em Istambul. Era apreciadíssimo porque, dizem também, teria propriedades afrodisíacas. Isso numa época em que a Europa nem sabia direito o que era açúcar!

Confeitaria Al Baba

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O chef do Al Baba adaptou esta história toda ao nosso paladar. O baklawa ganhou recheio de damasco, pistache, chocolate, avelãs e castanhas inteiras.

Namura de coco.

Namura de coco.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para quem não gosta de massa folhada, uma boa opção é o namura, uma espécie de bolo cremoso com massa de semolina (a parte nobre do grão de trigo). Na última vez que fui ao Al Baba, havia namura de coco e de nozes. A última novidade era o sablé, um doce francês recriado com recheio de damasco.

Sablé de damasco.

Sablé de damasco.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Se não bastasse a tentação em forma de doce, o empório também faz pastas de grão de bico, berinjela e coalhada e salgados árabes que, pra mim, estão entre os melhores da cidade. Dá pra comer ali ou levar o banquete pra casa.

FOTOS: CASSIANA PIZAIA
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Serviço:

Onde fica: O Empório Al Baba que eu frequento fica na R. Emiliano Perneta, 865, no centro de Curitiba. Há também uma filial na

R. Eduardo Sprada, 1190 e outra, especializada em lanches árabes, na Mercadoteca (Rua Paulo Goski, 1309).

Horário de funcionamento: Segunda a sexta, das 10h às 20h. Sábados, das 10h às 19. Domingos, das 10h às 13h. O knafeh quente só é servido aos domingos.

Alguns preços: Variam conforme o produto e a quantidade. Cem gramas de baklava custam R$10,90. O Namura de coco sai por R$2,90 cada. Alguns doces maiores, especiais, custam R$7,90 por unidade. As pastas saem por R$ 51,75 o quilo.

*Atenção: os valores são apenas uma referência e podem ter sido alterados.

*Não aceitamos cortesias. Nossos posts são resultado exclusivamente dos gostos, experiências e opiniões da autora.

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O que fazer em Curitiba: Comece pela Rua das Flores
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por Cassiana Pizaia
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comentários

    • Cassiana Pizaia
      19 dez 2016

      Obrigada, Deuza. 🙂

  1. Oppenheimer
    28 dez 2017

    Aproveite também para saborear um doce assistindo a esposa do dono brigar com os funcionários. É bem frequente, hehehehe. Acho uma heresia não ter café (coisa bem árabe) para degustar com os doces. Só se agora tem…

    • Cassiana Pizaia
      04 jan 2018

      Não presenciei nada do gênero, felizmente. Um cafezinho árabe realmente vai muito bem com os doces! 😉

  2. Wanderley
    23 fev 2018

    Que maravilhosa reportagem sobre o Al Baba! Parabéns pela iniciativa e sensibilidade. Ótimo artigo.

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