Al Baba: A confeitaria árabe de Curitiba
Comer um doce árabe no Al Baba em uma manhã de domingo é quase um ritual. Não conheço o Líbano, mas o ambiente e o movimento em torno da grande mesa de doces me faz imaginar uma bela confeitaria de Beirute.
Pense em formas e mais formas recheadas de quitutes arrumadas com capricho no meio do salão. Você sente no ar o aroma de bolo quente. É o knafeh, um doce feito de queijo, massa de semolina e água de flores. Uma delícia cortada e servida quente ali mesmo, com calda doce, no prato ou dentro do pão. Isso mesmo, dentro do pão!
Os doces são a maior atração do empório, que vende também produtos importados, pastas e salgados árabes. O confeiteiro Houssein Ibrahim chegou ao Brasil há 25 anos com mais de 200 receitas na bagagem. Além dos doces, fez questão de reproduzir em Curitiba o ambiente típico de uma confeitaria do Líbano. Os libaneses, aliás, são maioria na comunidade de imigrantes árabes de Curitiba.
-> A Mesquita azul de Curitiba_
Você mesmo escolhe o que quer e paga por peso ou por unidade. Este tipo de self- service tipicamente árabe é o que eu mais gosto no Al Baba. Uma delícia poder olhar, sentir o aroma, passear entre toda aquela quantidade e variedade de doces. Apenas o preço um pouco salgado segura a gula em um lugar destes.
Só de baklawa, há tantos sabores que fica difícil escolher. O quitute mais tradicional, quase sinônimo de doce árabe, é feito com camadas finas de massa folhada e calda de açúcar, mel ou especiarias.
O baklawa tem origem tão antiga que quase se perde naquelas lendas das mil e uma noites. Dizem que surgiu na Mesopotâmia, hoje Iraque, mais de oito séculos antes de Cristo. Depois seduziu gregos e persas, romanos e turcos otomanos.
O doce também era servido aos sultões e suas concubinas, no Palácio Topkapi, em Istambul. Era apreciadíssimo porque, dizem também, teria propriedades afrodisíacas. Isso numa época em que a Europa nem sabia direito o que era açúcar!
O chef do Al Baba adaptou esta história toda ao nosso paladar. O baklawa ganhou recheio de damasco, pistache, chocolate, avelãs e castanhas inteiras.
Para quem não gosta de massa folhada, uma boa opção é o namura, uma espécie de bolo cremoso com massa de semolina (a parte nobre do grão de trigo). Na última vez que fui ao Al Baba, havia namura de coco e de nozes. A última novidade era o sablé, um doce francês recriado com recheio de damasco.
Se não bastasse a tentação em forma de doce, o empório também faz pastas de grão de bico, berinjela e coalhada e salgados árabes que, pra mim, estão entre os melhores da cidade. Dá pra comer ali ou levar o banquete pra casa.
FOTOS: CASSIANA PIZAIA
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Serviço:
Onde fica: O Empório Al Baba que eu frequento fica na R. Emiliano Perneta, 865, no centro de Curitiba. Há também uma filial na
R. Eduardo Sprada, 1190 e outra, especializada em lanches árabes, na Mercadoteca (Rua Paulo Goski, 1309).
Horário de funcionamento: Segunda a sexta, das 10h às 20h. Sábados, das 10h às 19. Domingos, das 10h às 13h. O knafeh quente só é servido aos domingos.
Alguns preços: Variam conforme o produto e a quantidade. Cem gramas de baklava custam R$10,90. O Namura de coco sai por R$2,90 cada. Alguns doces maiores, especiais, custam R$7,90 por unidade. As pastas saem por R$ 51,75 o quilo.
*Atenção: os valores são apenas uma referência e podem ter sido alterados.
*Não aceitamos cortesias. Nossos posts são resultado exclusivamente dos gostos, experiências e opiniões da autora.
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esa gama de doces são de enche a boca e os olhos parabens.
Obrigada, Deuza. 🙂
Aproveite também para saborear um doce assistindo a esposa do dono brigar com os funcionários. É bem frequente, hehehehe. Acho uma heresia não ter café (coisa bem árabe) para degustar com os doces. Só se agora tem…
Não presenciei nada do gênero, felizmente. Um cafezinho árabe realmente vai muito bem com os doces! 😉
Que maravilhosa reportagem sobre o Al Baba! Parabéns pela iniciativa e sensibilidade. Ótimo artigo.