Quanto mais você lê, mais você vive
Precisamos de dados. Nosso mundo é assim, queremos confirmação científica até para o que sabemos desde a invenção da escrita. E a ciência confirma: ler faz bem. Vários pesquisas atuais mostram que a leitura de livros combate o stress, melhora a empatia, o raciocínio, protege o cérebro contra perdas cognitivas e Alzheimer, e até aumenta as chances de ganhar mais.
Esse último ponto é muito útil para os pais preocupados com o futuro das crianças. Se o prazer de ler não bastar para estimular um tempo livre na livraria ou no sofá de casa, pode ser interessante saber que uns minutos de leitura diária podem ser mais úteis que uma agenda cheia de atividades extracurriculares.
Uma pesquisa em particular, me chamou atenção um dia desses. Pesquisadores americanos atestaram que ler aumenta literalmente o tempo de vida das pessoas (veja aqui). Levando em conta as pesquisas anteriores, faz sentido. Menos stress, mais capacidade se relacionar e entender o mundo e neurônios saudáveis só podem melhorar a qualidade de vida e, por consequência, a longevidade.
Fui ler a tal pesquisa. Dois anos a mais de vida, está escrito lá. Hum. Não parece tanto, não é? Partindo da premissa científica, a gente pode se perguntar: vale a pena tanta dedicação durante toda a vida para respirar dois anos a mais?
Tentei, então, fazer um cálculo. Algo objetivo para, quem sabe, justificar todo o tempo da minha vida que dediquei aos livros. Foi difícil fazer as contas.
Quantas vezes eu já nasci, vivi e morri dentro de um livro?
Quanta adrenalina sem mexer um músculo? Quanta emoção sem precisar sofrer na pele? Quantas vezes eu percorri o caminho difícil das heroínas, experimentei o papel de vilã sem correr da polícia? Chorei, sofri, amei e vivi tantas aventuras que nem me lembro…
Aprendi fora da escola, vivi em diferentes épocas da história, em lugares onde nem sonho pôr os pés (ok, sonhar eu sempre sonho… 😉) sem gastar uma nota de dólar. Neles, tive pensamentos, sentimentos e sensações que eu nunca iria experimentar nessa vida se não fossem os livros.
Nenhum físico consegue explicar o tamanho deste mundo, a possibilidade de viver em muitas dimensões ao mesmo tempo, na pele de pessoas diferentes, sem me tornar num caso psiquiátrico.
Para provar, não tenho nenhuma pesquisa, planilha ou link para indicar. Mas vai lá, faça sua própria experiência. Abra um livro que você tem vontade de ler.
Se ele for dos bons, você vai sentir (de novo) como é gostoso se perder numa história. Como aquelas palavras se transformam numa mistura de imaginação, raciocínio e fantasia, um universo tão incrível que nem o filme mais caro ou uma experiência de realidade virtual consegue reproduzir.
É sempre um fenômeno único, já que um livro nunca é o mesmo livro porque o leitor nunca é o mesmo leitor. Casos únicos não rendem estatísticas. Mas acho que, mesmo sem números para provar, você vai concordar comigo. Quanto mais você lê, mais e melhor você vive.