A viagem de volta pra casa
Neste Natal eu não quero praia, nem serra. Não vou para o exterior, nem descobrir qualquer pedaço novo do Brasil (que eu adoro!). E não é culpa do dólar ou dos preços absurdos da temporada. Qual é o plano então? O programa é exatamente o mesmo desde que comecei minhas andanças pelo mundo. Eu vou viajar de volta pra casa.
Não a casa de hoje, lógico. Desde que saí de perto dela, a casa da minha mãe (meu pai partiu há muito tempo) virou meu destino principal de fim de ano. Não ir pra lá parece desencaixar algo dentro de mim. É assim com você também?
Se for, não estamos sozinhos. No meio de tanta festa, desejo e expectava, uma multidão lota as rodoviárias, estradas e aeroportos com um programa singelo: fazer o caminho de volta. Para os lugares mais comuns, às vezes cidades pequenas, os cantos mais familiares.
Isso sempre foi assim, você pode pensar. Mas é curioso como o hábito permanece em tempos de Skype, rede social, internet. Nós ainda botamos o pé na estrada simplesmente para encontrar… as pessoas e as coisas de sempre.
Não digo que é sempre bom, não. Quem retorna, encontra o bom e o ruim que deixou lá. Mas não acho que seja só por convenção. Talvez seja por saudade da família. Talvez… por saudade de um pedaço da gente. Aquele que nós, meio nômades, às vezes esquecemos entre as mudanças de cidade, de trabalho, de sonhos.
No fim das contas, a geografia é o que menos importa nesta época. A casa da minha infância foi demolida, minha mãe até já mudou de cidade. Mas sei que, se ela se mudar para a China, é lá que eu vou (pelo menos tentar) estar no Natal.
Uma vez, radicalizamos. Viajamos todos – mãe, irmãos, cunhados, filhos, sobrinhos – para a Ilha do Mel, aqui no Paraná. Sem presentes, só com o essencial, e foi incrível.
Com a ilha vazia (o movimento maior é no ano novo), os moradores faziam seu Auto de Natal, sem se preocupar com turistas. Como esquecemos de reservar o jantar, tivemos que improvisar lanches. Juntos, sem quase nada além do mar e das estrelas, tivemos uma noite de Natal inesquecível. Eu estava em casa.
E é isso, um Natal “em casa”, que desejo a vocês, meus amigos. Seja lá onde for, mas perto de quem você ama.
🙂
Tenho orgulho, e sempre tive desde pequeno de tê la, Cassiana, como minha irmã. Dito assim, simples e direto, apesar de complexo.
Eu também tenho de você. Assim, curto e direto kkkk. Beijos!!!!!!!!
A emoção tomou conta de mim.. parecia que estava contando exatamente um dos episódios da minha vida. ” A viagem de volta pra casa”.
🧡🧡🧡