Hora de parar
Lógica, minha velha amiga, hoje você não me serve. Danem-se o encadeamento, o sentido, a história, a consequência. Não. Nada de puxar o fio de vagalumes numa floresta de contos de fadas. Também não me venha dar explicações, repetir a antiga ladainha.
Não. Aqui não é o seu lugar. Não hoje. Porque hoje eu só preciso existir. Como uma borboleta no casulo, sem saber de si, de suas futuras asas, do velho rastejar. Sem nada, a não ser o próprio calor. Ali, no seu recanto, encolhida e quieta.
Não quero saber do início, nem do fim, nem quero histórias entre esses dois. Nada de heroínas e seus finais felizes. Nada de monstros e tragédias. Nada de esperança, sofrimento, alegria, lamento. Porque nenhum deles me serve agora. Só preciso respirar, conservar, estar. Deixar a natureza maturar, refazer, alimentar. Sem pressa, nem juízo, nem explicação.
Até que, aos poucos, minhas asas amarrotadas comecem o lento despertar. Sem tambores, nem suspiros. Apenas um leve e silencioso movimento. Suave, continuo, paciente como deve ser.
E quando, enfim, elas estiverem repletas de vida e coloridas pelo dourado do sol que se levanta, eu poderei, mais uma vez, respirar fundo e voar com o vento fresco da manhã.
que lindoooooo! fiquei emocionada!!
Nada como um naco de poesia! <3
Sempre, Vanusa! Abraço!